terça-feira, 6 de abril de 2010

Lembranças de Vovó


Retomando a levada velha infância, não sei estou nostálgica esses dias. Acho que é porque devo completar anos daqui uns dias e a coisa pesa que é uma beleza.
Bem, minha vovó Lúcia, mãe de minha mama adorava cozinhar, seu forte eram os doces, os salgados também, mas tinha uma pegada mais... como posso dizer? Uma pega mais gordurosa, uma delícia porém com excessos. Nona típica. Só de pensar em seus doces, já me dá água na boca, sua torta de limão... Tenho pensado em fazer agora que tenho uma forma com fundo falso. ( Assim que fizer prometo colocar a receita original aqui. Vocês vão amar!)
Quando passava as tardes com ela, geralmente aprendendo a tocar piano em seu órgão, era gostoso, com suas dificuldades, mas era. Sinto cheiro de bolo no ar. Brincalhona adorava jogar conversa fora, acho que se hoje ela estivesse viva iria aproveitar mais para “jogar” com ela.
Algumas coisas ficaram bem claras na memória. Seus doces, suas aulas de piano, suas fofocas, suas gritarias quando chamava alguém, seus pães com mortadela, pães esses que não poderiam ser degustados, já que tinha diabetes, mas não havia o que fazer com uma vovó tão teimosa. Gostava muito de falar ao telefone com suas irmãs, não ficava um dia si quer sem falar com elas, em especial com a irmão Anita, mais conhecida como Nita que viera a falecer este sábado próximo aos 96 anos, de velhice apenas. O que deve ser ótimo não falecer por alguma doença e sim porque viveu de mais e já tinha comprido seu papel por aqui. Agora as duas puderam se reencontrar e sei que estão muito felizes.
Quando precisava fazer alguma pesquisa era pra casa dela que eu corria. Professora e com uma biblioteca recheada de livros era bingo na certa. As tais Barsas (• Enciclopédia Universal) eram super úteis e cheiravam a mofo.eca.
Além disso, quando dormia em sua casa era sempre uma estória a parte, claro que com uma imaginação fértil como a minha, quando todos iam dormir, estava lá eu com os olhos estatelados prontinhos para imaginar coisas. Coisas como transformar relógio cuco em anfitriões do meu medo e inimigo eterno para todo o sempre.
Ai ai, a infância é muito divertida. Muito mais leve. Se eu soubesse que era assim, não teria desejado crescer tão logo.
Minha vó querida, é com a senhora que falo todas as noites. A onde quer que a senhora esteja, eu estou com você.

2 comentários:

  1. Marcela. Agradeço a visita ao meu humilde blog. Ainda preciso deixá-lo visualmente mais bonito, mas ta faltando tempo. De todo modo é sempre bom ter pessoas novas e interessantes aparecendo pelas curvas da internet. Beijo!

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  2. a avó, as tardes de domingo, brincar na rua, arrebentar a canela no pedal da bicicleta, tocar a campainha do vizinho e sair correndo... coisas que a infância de hoje não faz mais. acho que fomos crianças na época certa!

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