sábado, 24 de abril de 2010

Simplismente Clarice


"Só o que está morto não muda!
Repito por pura alegria de viver:
A salvação é pelo risco,
Sem o qual a vida não vale a pena!!!"

Clarice Lispector

terça-feira, 13 de abril de 2010

FIM DO 2.5

Últimas horas com 25 anos. Melancolia. Por quê? Ao lembrar do amanhã me da muito, muito frio na barriga. Nunca senti isso nos meus aniversários. Sei lá, difícil de explicar. São tantas coisas. Acredito em um amanhã melhor, mas tenho medo. E os anos passados? Não voltam mais? Mesmo?

Será que serei tudo aquilo que um dia eu pensei em ser, mas que talvez tenha escapado das minhas mãos por um período?

De longe não serei aquilo que todos queiram que eu seja. Mas isso não tem mais importância.
Serei alguém a partir das minhas escolhas. Ok! Essa todos nós sabemos. Mas será que seremos?

Quero ser uma pessoa melhor para mim. Para o meu bem.

Quanta melancolia...

É apenas um aniversário. Mais um. ( mas quer dizer tanta coisa...)
Nesse período até o próximo irei caminhar pela minha estrada, sem paralisias. Vivendo o hoje para transformar o amanhã. O que está em jogo é a minha vida.

Uma pessoa melhor.
Uma vida melhor.

Agora já não há mais tempo para melancolia. Não da mais para apenas chorar. Não da mais para olhar para lado, é preciso acreditar e não me deixar levar. Acreditar em mim.

Será que vou olhar para trás e me orgulhar de quem eu já fui? E de quem eu sou?
O tempo não volta atrás.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Lembranças de Vovó


Retomando a levada velha infância, não sei estou nostálgica esses dias. Acho que é porque devo completar anos daqui uns dias e a coisa pesa que é uma beleza.
Bem, minha vovó Lúcia, mãe de minha mama adorava cozinhar, seu forte eram os doces, os salgados também, mas tinha uma pegada mais... como posso dizer? Uma pega mais gordurosa, uma delícia porém com excessos. Nona típica. Só de pensar em seus doces, já me dá água na boca, sua torta de limão... Tenho pensado em fazer agora que tenho uma forma com fundo falso. ( Assim que fizer prometo colocar a receita original aqui. Vocês vão amar!)
Quando passava as tardes com ela, geralmente aprendendo a tocar piano em seu órgão, era gostoso, com suas dificuldades, mas era. Sinto cheiro de bolo no ar. Brincalhona adorava jogar conversa fora, acho que se hoje ela estivesse viva iria aproveitar mais para “jogar” com ela.
Algumas coisas ficaram bem claras na memória. Seus doces, suas aulas de piano, suas fofocas, suas gritarias quando chamava alguém, seus pães com mortadela, pães esses que não poderiam ser degustados, já que tinha diabetes, mas não havia o que fazer com uma vovó tão teimosa. Gostava muito de falar ao telefone com suas irmãs, não ficava um dia si quer sem falar com elas, em especial com a irmão Anita, mais conhecida como Nita que viera a falecer este sábado próximo aos 96 anos, de velhice apenas. O que deve ser ótimo não falecer por alguma doença e sim porque viveu de mais e já tinha comprido seu papel por aqui. Agora as duas puderam se reencontrar e sei que estão muito felizes.
Quando precisava fazer alguma pesquisa era pra casa dela que eu corria. Professora e com uma biblioteca recheada de livros era bingo na certa. As tais Barsas (• Enciclopédia Universal) eram super úteis e cheiravam a mofo.eca.
Além disso, quando dormia em sua casa era sempre uma estória a parte, claro que com uma imaginação fértil como a minha, quando todos iam dormir, estava lá eu com os olhos estatelados prontinhos para imaginar coisas. Coisas como transformar relógio cuco em anfitriões do meu medo e inimigo eterno para todo o sempre.
Ai ai, a infância é muito divertida. Muito mais leve. Se eu soubesse que era assim, não teria desejado crescer tão logo.
Minha vó querida, é com a senhora que falo todas as noites. A onde quer que a senhora esteja, eu estou com você.